Tive mais uma noite de insônia e não tinha nada que me agradasse na TV – engraçadas essas TV’s por assinatura, quando mais se precisa delas elas não possuem nada pra te oferecer. Na verdade não sei se é a TV por assinatura ou eu, tenho andado inquieta e essa madrugada é só o resultado dessa inquietude. Não sei o motivo ao certo, talvez seja um conto que ando escrevendo, mas não consigo o final. Sobre isso me sinto como se tivesse parido pela metade, como se no meio de minhas pernas houvesse uma criança metade no mundo, metade dentro de mim. Ou talvez o motivo seja outro, talvez seja o término, sim, esse me agrega um bom motivo. Outro termino, outro fim, outra insatisfação minha e outra pessoa que odeia me amar. Quer saber, dane-se o motivo, só sei que já são quase cinco da manha e eu aqui como uma coruja escrevendo.
Dessa vez eu não bebi nada alcoólico, apenas peguei dois cigarros, uma caixa de fósforos e um copo de coca-cola, me sentei no degrau mais alto da escada e fui olhar o céu – confesso que me deixou mais entretida que a TV – e fiquei lá, pensando e conversando comigo mesma, por horas. Não tinha mais nada a fazer, afinal agora todos dormem. Eu até já pensei em tomar calmantes para ir fazer o mesmo, mas essa idéia em particular não me agrada. Não sei por que também, mas eu não gosto de calmantes, soníferos ou antidepressivos. Talvez seja porque eu gosto das minhas insônias, das minhas inquietudes e dos meus momentos de quase suicídio. Já tenho tanta coisa que me faz mal e eu não largo, porque largaria essas? Essas ao menos fazem a minha alma chorar, gritar, se rasgar, e isso me faz tão bem. Reparei uma coisa peculiar outro dia: eu sempre acordo bem quando choro antes de dormir, parece que acordo de alma lavada e espírito limpo.
Sobre lágrimas, bem já faz algum tempo, mas eu fiz um acordo comigo: não prenderei nunca mais uma lágrima, não importa o motivo, lugar ou companhia. Eu descobri que a lágrima presa dói mais que qualquer explicação a ser dada sobre a lágrima que escorre.
E fim, o sol está nascendo, e esse é um dos melhores programas que passa no céu.
2 Análises:
Lembrei de Chico Xavier quando disse: - Não se importe se alguém não te valoriza, o sol pela manhã dá um verdadeiro espetáculo e a maioria das pessoas da terra estão dormindo...
A insônia muitas vezes já foi útil pra mim,sempre tinha tempo pra pensar,fazer alguns arranjos no violão... hoje não tenho mais tempo pra isso,mas sempre eu me dava de presente um dia de solidão total,ócio total, me sentia renovado, apesar de quase duas carteiras de cigarro na noite e muitas garrafas de MALZBIER.
Forte abraço!!!!
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