Confissões em um Divã

O verdadeiro esconderijo de meus devaneios

9:36 PM

Sorria

Mais um devaneio de Thaise de Melo |

Sorria. As paredes, agora, além de ouvidos possuem olhos. Você acorda, sai de casa, toma o ônibus, chega ao seu trabalho e sempre há olhos te vigiando. Não importa por que caminho você ande, sempre haverá olhos. Sorria. Onde será que ficam os cérebros que comandam esses olhos? Será que eles nos conhecem? Será que alguém ainda lembra o que é privacidade? No futuro os estudiosos estudarão em livros sobre o passado e tentarão entender como se vivia com privacidade. Será que chegaremos ao futuro? Acredito que sim, o ser humano se supera em inteligência e burrice. Sorria. A cada esquina, vigiam seu carro e seu caminho, dentro das lojas vigiam suas comprar e há quem tenha dentro de casa para se vigiar. Cuidado, não erre porque todos estão olhando, mesmo que você pareça estar sozinho, não está. Eles sempre estão lá. Eles sempre vigiam de longe e eles continuarão vigiando de longe, mesmo quando você precisa de alguém. Sorria. Sempre haverá a falsa sensação de segurança. É para o seu próprio bem – eles dizem. Sempre é para nosso bem, mas alguém nos perguntou se nos faz bem? Alguém se importa se queremos ou não o bem que eles oferecem? Todos os dias eles nos empurram novos apetrechos e tecnologias para nossa própria segurança e para nosso próprio bem. Alarmes, segredos, sensores, senhas, cofres, blindados, indestrutíveis, raios laser, sabres de luz, e quiçá alguma outra coisa. Ultimamente usamos esses olhos para ver e rever o rosto de quem nos rouba, e só. Mas tudo isso intimida – eles dizem. E nós acreditamos, ou não. E não fazemos nada, porque eles mandam e nós obedecemos e assim continuamos os nossos caminhos e não percebemos os milhares de olhos em cima de nós. Aceitamos felizes participar de um reality show sem a fama e nem o dinheiro, só porque eles dizem que nos faz bem. Sorria – eles dizem. Você é obrigado a estar feliz, pois está seguro – eles dizem. Sorria, para a sua segurança, você está sendo filmado.

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Pessoas, desejo a todos um FELIZ ANO NOVO.

Beijos

Fiquem em paz.

=)

10:06 PM

Out black

Mais um devaneio de Thaise de Melo |

Faltou luz.

E logo os olhos começam a enxergar formas luminosas no breu, e tão logo corremos pra caçar o celular pra iluminar o caminho e ver se achamos alguma vela ou lanterna. É assim que lembramos para que as velas servem. Quando acaba a eletricidade nos damos conta de como somos dependentes, e ainda percebemos que se não fosse por ela não teríamos mais da metade dos apetrechos que temos em casa. É fácil reparar que nós somos movidos a eletricidade. Não posso assistir televisão, não tem como acessar a Internet, meu telefone não liga, o celular não tem bateria, não dá pra dormir sem ventilador, não posso ligar o ar condicionado, os semáforos não funcionam, as câmeras não vigiam, não tenho despertador... e assim vamos declarando a nossa inutilidade e falta de imaginação.

Acabou luz.

E logo os ouvidos se incomodam com o zumbido do silêncio. O fato de sermos capazes de escutar nitidamente o tic-tac do relógio, aquele relógio da cozinha que nós não lembrávamos que fazia barulho porque a TV ou o rádio sempre altos o abafava, atordoa.

Não há o som da televisão do vizinho, do ventilador, do ar condicionado, de carros passando toda hora na rua. E é assim que descobrimos que pedimos por quietude, mas a quietude nos constrange.

Teve apagão.

“Mãe por que só no ônibus tem luz?” “Porque lá a bateria não é ligada à luz daqui, oras”. E descobrimos que nosso instinto é o mesmo das moscas, mas por sorte somos maiores e mais resistentes e quando encostamos nas lâmpadas não morremos queimados.

Está escuro.

E assim sentamos sozinhos ou em grupos para esperar a luz elétrica voltar. Porque sem luz nossas baterias não funcionam e não nos resta fazer muitas outras coisas além de esperar pacientemente. E quando a luz volta, é certo, que voltamos imediatamente a nossos lugares e ligamos tudo, inclusive nós mesmos, para retomarmos nossas vidinhas iluminadas.


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Pois é...
Teve apagão, mas quem se importa além daqueles que tiveram alguma avaria?
Amanhã o assunto já acabou mesmo... a mídia é que insiste em martelar em notícias sem importância.
Mas tô escrevendo aqui pra dizer que EU GANHEI UM SELO =D
Fiquei feliz sim!
E agradeço ao Rui Felipe
(o autor do verso escrito no canto direito superior do blog).

O selo:
[SeloEx2.jpg]

E indico os blogs:

Beijos.
Fiquem em paz.

10:34 PM

No tom certo

Mais um devaneio de Thaise de Melo |

Naquele dia eu havia saído da faculdade mais cedo. No ponto do ônibus acabei encontrando um amigo que não via há bastante tempo. Ele me falou que estava indo se encontrar com um pessoal do escritório dele num bar bem legal perto dali e perguntou se eu não queria ir também – como convite pro bar não se recusa – olhei o relógio e eram, apenas, 7 da noite, me juntei a ele e tomamos um taxi até o tal bar.

Chegamos, encontramos o tal pessoal, nos acomodamos e pedimos um chopp cada um. Ficamos falando aquelas conversas de bar e então meu telefone tocou. Eu não reconheci o número e acabei atendendo ainda na mesa.

- Alô? – Eu perguntei.

- Oi. Tudo bem? – disse a voz do outro lado.

Eu gelei, senti o frio começar nos pés e terminar na cabeça, passando pela espinha e fazendo todos os pêlos se ouriçarem. Eu não acreditava que havia reconhecido a voz. Não, eu com toda certeza havia me enganado. Ela não me ligaria assim, do nada. Era fato! Eu estava errada.

- Quem fala?

- Você realmente esqueceu minha voz? Você tinha prometido que lembraria pra sempre...

- Camile?

- Sabia que você não tinha esquecido! – ela falou com entusiasmo – Como você está?

- Estou bem. Surpresa mas, bem.

- Ta aonde?

- Eu?

- É.

- To num bar na Lapa.

- Tudo bem então. Foi bom falar com você. Thau.

- Thau.

Eu ainda não estava acreditando no que tinha acabado de acontecer, e isso estava tão estampado na minha face que algumas pessoas da mesa começaram a me perguntar se estava tudo bem ou se havia acontecido algo de grave. Eu acalmei a todos e disse que estava tudo bem, que aquilo não havia passado de uma ligação inesperada.

Eu ainda colocava as idéias no lugar e fazia o coração parar de bater tão de pressa enquanto ria de uma piada que contavam quando mãos cobriram meus olhos, eu toquei nas mãos buscando saber de quem eram, mas no fundo eu já sabia.

- Fala sério, né! Eu nunca vou descobrir quem é. – Falei sarcástica.

- Jura?

Era a mesma voz do telefonema. Se eu não conseguia acreditar naquela ligação tão pouco acreditava naquele toque.

- Você não lembrava mais da minha voz e agora esquece meu perfume... Realmente você se esqueceu de mim...

Ela tirou as mãos dos meus olhos.

- Flower by Kenzo Légère – Eu sussurrei ainda olhando pra frente.

Não me atrevi a olhar um centímetro que fosse para o lado, continuava com o olhar fixo para frente. A surpresa passou, eu me acostumei com a idéia de que era Camile quem estava atrás de mim e senti um gosto amargo na boca, eu pensava em ódio e em saudade.

- Você não vai falar comigo? – Ela disse com tom de alegria.

Eu me levantei e parei em frente a ela. Minha expressão de raiva surpreendeu-a.

- Você quer mesmo agir como se nada tivesse acontecido?

- Eu voltei! – Ela disse com um sorriso.

- E veio me procurar por quê?

- Eu não te procurei, eu te encontrei sem querer nesse bar, mas não acreditei que era você, por isso te liguei pra conferir. Quando você disse que estava num bar na lapa eu tive certeza de que não estava enganada. Depois de 7 meses é assim que você me recebe? – já não havia sorriso nenhum em sua face.

- E como mais você esperava que eu te recebesse? Você sumiu! Eu só soube que você tinha ido pra Itália quando fui te procurar e sua vizinha me disse que achava que você tinha viajado e que ia demorar a voltar. Você não me disse adeus e agora quer que eu te receba feliz. Some da minha vida e me deixa em paz, por favor. – Disse num tom sóbrio e razoavelmente calmo.

Me virei e puxei a cadeira na intenção de me sentar novamente mas, ela me segurou com força pelo braço e me obrigou a olhar para ela. Nesse ponto alguns garçons já estavam olhando curiosos para o que acontecia, dei uma olhada em volta, mas não consegui observar muito, a voz dela me chamava mais atenção que qualquer outra coisa.

- Você ficou com raiva, Amanda? Foi isso? – Ela disse com tom de raiva, mas mudou o tom quando olhou nos meus olhos, e disse com ternura:

- Eu não queria me despedir de você e te ver chorar... Se eu te dissesse que iria passar tanto tempo longe você ia chorar e eu não ia agüentar, pelos menos assim eu sabia que você ia ficar bem e ia se divertir, procurar distrair a cabeça. Foi só isso que aconteceu, eu não queria te magoar. Pára com isso e vamos comigo lá pra minha casa, você dorme lá e tudo termina bem.

- Essa foi a pior desculpa que você já me deu em toda a sua vida, e olha que você já me deu muitas! – Eu disse com desprezo.

Ela segurou meu outro braço com tanta força quanto o primeiro, olhou bem nos meus olhos e eu pude ver um chama de raiva começar a crescer dentro dela.

- Quer que eu seja sincera e realmente justifique o que eu fiz?

- Se não for incomodo. – Disse cheia de sarcasmo.

- Você é o tipo de pessoa que precisa de drama, só isso. Você não sabe viver sem algum problema, sem alguma surpresa, você precisa de tragédias pra continuar onde está, quando o espetáculo termina você sempre vai embora. Se eu tivesse te dito que ia viajar e tivesse deixado você me levar no aeroporto e me dito “adeus” você iria chorar na hora, iria volta pra casa triste e depois de 2 meses realmente já não estaria mais ligando a mínima pra mim, e realmente não lembraria mais da minha voz nem do meu perfume. Você teria ido porque o espetáculo teria terminado, mas eu não terminei o espetáculo, deixei você esperando o ultimo ato e isso quase te matou, isso te rendeu drama suficiente pra todo esse tempo que eu estive fora, por isso você ainda me quer, por isso você ainda não me esqueceu.

Ela soltou meus braços de maneira tão bruta que eu caí sentada na cadeira. Fiquei parada olhando para frente, tão impressionada quanto no começo de tudo.

- Se você quer que eu te deixe em paz, tudo bem. Adeus.

Ela se virou e foi em direção a porta com passos largos.

Eu me arrumei na cadeira e olhei para todos na mesa. Estavam todos pasmo e sem palavras, então eu respirei fundo e disse:

- Desculpem pelo acontecido, não tive a intenção de fazer essa confusão, na verdade nem esperava que algo assim fosse acontecer.

Um borbulho de “não tudo bem não foi nada” aconteceu. Peguei meu celular, respirei mais fundo ainda abri um sorriso entusiasmado e fiz uma ligação:

- Alô, mãe. Você não vai adivinhar quem voltou de viagem! A Camile,é. Posso dormir na casa dela? Por favor! Ta, ela foi buscar o carro. Mando um beijo sim.

Todos na mesa me olhavam com a expressão de quem via um fantasma. Então Leo, meu amigo, perguntou:

- Sua mãe não sabe, não é?

- Não.

- Amanda como você ainda vai atrás dessa mulher depois de tudo que ela te fez?

Eu peguei minha bolsa, levantei, olhei para ele e disse com a voz doce:

- Leo o amor é uma mistura de poker com dados, aquilo que ela falou foi um blefe que infelizmente estava certo.

- Mas você não pode Amanda, não pode. Não faz sentido.

Eu dei a volta na mesa, me abaixei até a altura dos olhos dele e disse:

- Leo lembra que quando eu terminei com você eu disse que tinha bons motivos?

- Sim, lembro sim.

- Aquela mulher são todos eles. Eu nunca conheci alguém que me entendesse tão bem quanto ela. A Camile sabe exatamente o que fazer e quando fazer pra me agradar e pra me surpreender.

Dei um beijinho estalado nos lábios dele, me ergui e me despedi de todos na mesa. Virei as costas e me dirigi a porta. Atravessei o portal e olhei ao redor, Camile estava encostada em um taxi perto da entrada do bar com um sorriso malicioso nos lábios. Eu fui em direção a ela a abracei e comecei a beijá-la. Entramos no taxi e ela me abraçou, as duas haviam entendido que não precisava ser dito mais nada.

- Motorista vire na próxima esquina, por favor.

9:53 PM

Tudo muda o tempo todo no mundo

Mais um devaneio de Thaise de Melo |

Sim, como diz o título e como os seus olhinhos já puderam perceber o 'Confissões em um Divã' tá de cara nova, agora está tudo mais clean e há mais espaço na coluna de textos, achei isso melhor, antigamente os textos ficavam visualmente kilométricos e isso me incomodava...
Sou inconstante á beça e isso se reflete nesse meu pequeno espaço na web, bem não sei porque sou assim, mas sei que mudei o layout porque comecei a achar que o anterior estava depressivo de mais, até pra mim (se é que me entendem).






Mudando de assunto, mas ainda sim falando de mim:
- Passei os últimos 4 dias em um universo paralelo, numa outra dimensão qualquer que eu gostaria muito de reencontrar, dois dias com amigos (antigos e novos) e dois dias no meio da natureza - fiquei feliz - mas hoje voltei a realidade, assim: nada melhor que uma fila de banco no início do mês para nos mostrar o quanto o mundo pode ser real e chato... Mas ainda estou feliz, o coração tá bem e mais contente que o comum sabe, ele tá batendo bem, digamos assim sem querer dizer.
Não gosto da história de "Crepúsculo" e afins (essas histórinhas de vampirinhos apaixonados não são pra mim), mas hoje li o prológo e uma frase ajudou esse meu estado de felicidade fundamentada, era algo assim: "Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim."
Depois que li isso parei de reclamar e voltei a sonhar acordada.

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Beijos
Fiquem em paz.


3:44 PM

Qual é o seu nome?

Mais um devaneio de Thaise de Melo |


Era uma tarde de outono, ventava frio e o céu estava claro. Ela estava sentada num banco de madeira no meio do parque lendo um livro. As árvores balançavam e as folhas amareladas caiam em volta. Ele se sentou ao lado dela, com seu casaco pesado e acendeu um cigarro. Ela percebeu que ele havia sentado, interrompeu sua leitura e olhou fixo a fumaça.

- Desculpe-me. A fumaça te incomoda?

- Não. Na verdade não.

- Ah. É porque você olhava tanto para ela.

- Eu gosto dela. Me lembra dois extremos. Consigo ver almas fugindo e anjos voando.

- Como assim?

- Na fumaça que sai. Ela sai rápida e fina, depois se expande e continua a subir. Vejo como se fossem almas que estão fugindo de algum lugar, e sobem como se não quisessem voltar jamais. Mas também vejo anjos, que saem e fazem vôos rasantes, e passeiam até que voltem para o céu. Eu gosto dessa fumaça.

- Nossa! Isso é novo pra mim. Para não dizer estranho.

- Eu sei... Vai ver eu sou novidade.

- Para mim é. Nunca tinha visto alguém que gostasse de fumaça de cigarro.

- É belo, basta saber olhar.

E ela voltou a ler seu livro, como se nada tivesse acontecido e o silêncio pairou no lugar, o vento era o único som audível, como que por milagre no meio de um parque no meio da cidade. Ele parou de olhar a fumaça do cigarro e se apavorou ao perceber isso. Ela não se importou.

- Vai acontecer uma chuva de meteoros hoje. – Ele disse.

- Por quê?

- Porque a Terra vai passar pelos restos de um cometa que eu não lembro o nome, e os escombros vão parecer estrelas cadentes vistas daqui.

- Você quer dizer que algo explodiu e vai cair na Terra?

- Basicamente isso...

- E você não tem medo? Num dizem que foi assim que os dinossauros morreram?

- Quando chegarem aqui não farão nenhum mal... Se chegarem...

- Como assim?

- Geralmente os pedaços do cometa se desintegram antes de chegar no chão.

Ela ficou quieta e o silêncio novamente parou no lugar, ele pensou em quebrá-lo de novo, mas ouviu uma buzina de carro e se acalmou, como se o barulho lhe fizesse se sentir seguro – ele não sabia qual a ligação entre barulho e segurança, mas preferia saber que existia poluição e civilização ao redor – e acendeu outro cigarro.

- E as pessoas não fazem pedidos a estrelas cadentes? – Ela perguntou subitamente.

- Fazem, oras...

- Por que as pessoas insistem em confiar em tudo que é decadente?

- Talvez porque elas pensem que tudo que vem do alto é superior.

- Mas elas também jogam moedas num poço bem fundo...

- Talvez as pessoas queiram apenas acreditar em algo que mostre que elas não sejam tão vazias ou pessimistas...

- Então, pra você, as pessoas desejam tudo pra qualquer coisa, só pra não se sentirem vazias?

- Ou só para dizerem que tem fé... Entenda do jeito que quiser...

- Tinha me esquecido da necessidade de fé das pessoas...

- Não se preocupe a maioria das pessoas ou esquecem que tem fé ou são loucas de tanto tê-la...

- Entenda como quiser... Não é mesmo?

- É. É loucura, não se preocupe.

- Talvez os loucos não passem de incompreendidos.

- Não acredito muito nisso, loucos são loucos.

Uma sucessão de buzinas começaram a tocar cada uma em um tom e volume diferentes parecendo uma orquestra sem maestro.

- Você não acha loucura essa barulheira da cidade? Adeus. – Ela disse.

Ele ficou parado olhando pra ela, como quem vê um milagre e ainda assim não acredita. Ela se levantou pegou o seu livro e foi andando em direção a saída. Ele foi acompanhando ela com o olhar, até perdê-la de vista. Então, ele deu a última tragada no seu cigarro e se levantou para retomar seu caminho, e percebeu que apesar de todas as perguntas sem sentido ele não havia feito a mais comum delas...

- Isso é loucura! – Ele se pegou exclamando baixinho.

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Não, eu não cometi suicídio.

Sim, minha fase Macabéa passou e eu estou melhor. ^^

Bem mais um texto sobre loucura...

Acho que esse divã vai sair do consultório do psicólogo e passar para um psiquiatra.

Bem, desculpem a demora pra atualizar é que eu não estava escrevendo nada que prestasse, e sempre que isso acontece eu prefiro não postar á postar uma boboseira qualquer.

Beijoos.

Fiquem em paz.


11:45 PM

Ser como Macabéa

Mais um devaneio de Thaise de Melo |


Tem dias, como hoje, que eu gostaria de ser Macabéa. Ser um ser não pensante, não raciocinante. Alguém que nem faz idéia que existe e que é. Ser, apenas, mais um ser no meio de tantos outros seres indiferentes á existência de qualquer ser que esteja ao seu lado. Porque o pensar e o raciocinar machucam a mente e a alma. Porque esse ato insano nos leva a indagar os por quês inerentes as questões dolorosas e supérfluas.

Quem se indaga, quem se questiona, quem se entende acaba por ser perder no meio de todo o conhecimento e se confunde ao ponto de se convencer de que nada sabe sobre si e sobre os outros. Agora, quem nunca se pergunta por que veio a esse lugar e pra que tem serventia aqui, sempre sabe o que fazer e pra onde ir. A rotina move essa gente sem entendimento, sem questionamento. Quem não entende nada, porque se perdeu nos seus conhecimentos, é que não deixa a rotina em paz, a persegue até conseguir fugir dela. Então veja só, quem vive a procurar se encontrar persegue algo que, na verdade, quer distância. Eu afirmo, sem sombrear dúvidas, quem procura de mais se encontrar se perde nos seus entendimentos, se confunde. Toma caminhos sem volta, e acaba nunca voltando na estrada da vida.

Quem é como Macabéa não tem pra onde ir, e por isso não se perde, porque não tem ponto de chegada, então a qualquer lugar que chegue, chega. E esse povo nem tem pra onde voltar porque não saiu de lugar nenhum. Esse povo na sua simplicidade ignorante é feliz e pleno. Porque não sabe o que é felicidade e não sabe aonde pode chegar, então tudo que são os faz assim.

E eu gostaria de ser assim, não digo sempre porque a minha mente não suportaria, já ficou tempo de mais perdida nos conhecimentos tolos de quem nada sabe porque já se confundiu, mas eu gostaria de ser assim por algumas horas, quem sabe.

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Acho esse texto meio confuso.
Foi algo como o desabafo de um pensamento.
Fiquem em Paz.


3:26 PM

3x4 do Mundo

Mais um devaneio de Thaise de Melo |


O mundo tem mudado. E essas linhas são apenas um comentário.

No Brasil um sindicalista de classe média se tornou presidente, após anos de homens de classe alta e militares. Nos Estados Unidos a vida imitou a arte e um presidente negro comanda a Casa Branca, por mais contraditório que pareça. A Bolívia é presidida por um aimará, o qual, apenas, a segunda língua é o castelhano. A Argentina não tem um presidente, mas uma presidenta. Quem diria que na Índia aconteceria o mesmo? E no Iraque o grande ditador caiu junto com suas estátuas em frente ás câmeras e telas de milhares de pessoas.

Há dez anos tudo isso não passaria de ficção cinematográfica. Parece que a Terra tem muito mais movimentos que rotação e translação.

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Estive pensando nisso nesses dias, não sei porque.

Além dessas, aconteceram outras coisas que mostram

que o mundo tem mudado, eu sei, mas como eu disse:

Isso não passa de um comentário.

Beijos

Fiquem em paz.

7:56 PM

Cacos

Mais um devaneio de Thaise de Melo |


Mais uma noite eu passei sem dormir e agora a sirene da fábrica toca, são sete da manhã. Sentada aqui eu posso vê-la acordar através da porta de vidro da sacada de seu quarto. Sua camisola de seda alva e desajeitada cobre seu corpo moreno, sonolento e amarrotado, ela passa as mãos pelos cabelos lisos, negros e desgrenhados e então some lentamente, talvez tenha ido ao banheiro ou a cozinha. Odeio quando ela desaparece da sacada, fica aqui comigo o desejo de acompanhá-la, de segui-la, a vontade de estar nela. Será que hoje ela vai encontrar outra ou uma que não seja eu? Então ela reaparece, veste uma calça, que parece jeans vista daqui, e uma blusa branca que contrasta a pele de índia e então desaparece como se fosse para sempre. A mim resta meu quarto, a xícara de café e o desejo. Desejo esse que me toma, vontade absurda de ter o outro corpo sobre o meu corpo, de sentir todos os cheiros, de tocar toda a parte, de beijar todo comprimento.

Lamento não poder segui-la, então me levanto e vou arrumar algumas coisas na cozinha. Agora é minha vez, troco de roupa e vou para o escritório. Da janela do 32° andar de um prédio no centro da cidade eu ainda consigo avistá-la atrás do vitral. O desejo é inconseqüente, inconsciente e irracional, me possui sem pedir e eu me entrego sem lutar. Durante algumas horas faço meu trabalho, e durante várias outras penso nela, e escrevo sobre ela e desenho ela. É ela que eu quero. E pensar que nem nunca troquei uma palavra, que nunca senti o cheiro. É proibido passar do vidro, algo dentro de mim repete. Chega o fim do meu expediente e no trem eu volto pra casa pensando e imaginando e sonhando.

Mas, pior que o amanhecer que a afasta de mim é o anoitecer que nos reúne e malditas as noites em que ela não volta só. Malditos os outros corpos, dedos e línguas que a invadem, malditos os narizes que a cheiram e roubam essas suas essências. Malditos meus olhos que observam os outros corpos em cima do corpo que desejo meu e nessas horas malditos os meus dedos que me tocam desejando o prazer alheio. Maldito o gozo, meu e dela. E novamente amanhece e aquele corpo moreno que nem é tão perfeito e aqueles olhos castanhos e inchados e aqueles cabelos desgrenhados levantam sem saber que há quem os ame e observe e principalmente quem os deseje através daquele vitral santo, santa tela pintada pelo destino e seus pincéis finos. Aquela porta que na verdade é um portal para desejos mórbidos. Eu sei pelo o que ela procura quando volta com aquelas pessoas quaisquer, eu sei que tudo que eu sou, conheço e faço é o que ela procura, porque ela é perfeita pra mim e eu a conheço melhor que qualquer um. Daqui eu sei quando ela chora e quando ela ri, quando realmente tem prazer e quando apenas finge. Mas ela só não sabe que eu sei e sou tudo isso.

Então, novamente anoitece e novamente não durmo. Ela volta se ajeita e dorme. Novamente eu sento e a observo, mas uma das mil noites que vivo esse insano amor de desejo e obsessão, mas hoje ela voltou só, então hoje é dia santo. Abro uma garrafa de uísque para comemorar a vitória insana, o álcool desce doce. E nessa doce madrugada que indica mais uma batalha vencida, eu desço, cambaleando, as escadas e me ponho a andar pela rua de paralelepípedos, tropeço em uma pedra, abro um sorriso, me abaixo e a pego e a seguro firme nas mãos. Volto pelo mesmo caminho que fui, paro em frente ao perfeito vitral, contemplo-o mais uma vez – o meu portal de prazeres – e arremesso a pedra com toda a força que dispunha. O choque da pedra fez um barulho como de um trovão e o vidro estourou em uma chuva de cacos esverdeados. A chuva mais bela e refrescante que eu já vi e senti. Então fiquei parada no meio da rua observando.

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A atualização do mês.
Aprecie cada palavra aqui. =)
Fiquem na paz.

2:11 PM

Especialmente

Mais um devaneio de Thaise de Melo |

Olá, hoje vou começar pelos meus comentários.


Os comentários da última postagem me fizeram pensar e eu tenho que admitir, esse blog é meio melancólico sim, mas isso (provavelmente) se deve ao fato de eu ser uma escritora escrava dos sentimentos, sendo assim só escrevo quando estou triste, irada ou profundamente reflexiva. Uma vez eu li que “felicidade não dá tema de blog” e aqui no Confissões não dá mesmo.
Por fim deixo mais um dos meus textos “mistura de ácido e doce” como disse o André do “Blog do Andrezinho":


ESPECIALMENTE



Naquele dia ele se levantou um pouco antes de sol raiar, sentou na cama, coçou os olhos e jogou os cabelos brancos para traz. Percebeu a escuridão que fazia e fingiu não se importar. Pôs o café para fazer na cafeteira e caçou um livro para ler ou folhear, não importava. Sem encontrar nada que o agradasse foi ao banheiro lavar o rosto como qualquer outro que acorda. Os primeiros raios de sol apareciam e o café ficou pronto. Enquanto isso, ele ainda no banheiro reparava a barba mal feita, os pontos pretos no nariz e o cabelo mais branco, com pontas desiguais e alguma caspa. Resolveu ignorar as imperfeições, aquilo não o incomodava. Ou incomodava e ele fingia não incomodar. Tomou seu café e foi esperar o sol acabar de nascer. Terminou um pouco frustrado, pois o céu nublado não cedeu muito mais luz do que já havia mostrado. Resolveu, então, se levantar daquela poltrona na varanda e se arrumar, aquele era um dia importante! Foi ao guarda-roupa e procurou seu melhor traje. Pois um frack no corpo ainda amassado, uma cartola nos cabelos desgrenhados e uma loção qualquer na barba mal feita. Sentiu-se um rei. Resolveu que iria passear ir a algum parque, quem sabe, afinal aquele era um dia importante. Saiu.

Na rua, as poucas pessoas que saiam para trabalhar, ou que chegavam do trabalho, ou até aquelas que estavam na rua por estar de manhã, tão cedo, viram aquele homem e cada um imaginou um motivo diferente para aquela roupa tão inusitada, mas todos concordaram – mesmo sem dizer uma palavra – aquilo era loucura.

Ela acordou lenta ainda por causa do sono e foi até ao quarto ao lado. A lentidão terminou e o desespero tomou o seu lugar. Vasculhou o guarda-roupa dele. Faltava o velho e empoeirado frack, começou a gritar o nome dele, inútil. Trocou de roupa em absurda velocidade. Correu, apertou o botão para abrir a porta da garagem, ligou o carro e saiu em disparada procurando por ele. Não conseguia se lembrar se havia fechado o portão da garagem ou não. Não era importante no momento. Após rodar quatro quarteirões o encontrou sentado no parque da cidade, com seu frack e um sorriso singelo a observar os pássaros no chão. Ela estacionou o carro e correu na direção dele gritando apavorada: “Papai, papai!” Ele ao ouvir, olhou para ela e sorriu, e como se nada tivesse acontecido a perguntou como estava e dizia que há muito não a via e quanta saudade sentia. Ela o segurando pela mão dizia: “Vamos papai, vamos voltar para casa. Assim o senhor pode vestir roupas mais adequadas para uma quarta-feira e tomar seus remédios.” Ele hesitou e repetia que queria ficar ali, e com aquelas roupas especiais, porque era um dia especial. E ela com a paciência já gasta, falava: “Mas o senhor tem consulta no psiquiatra hoje. Temos que ir papai, se o senhor continuar assim eles vão internar o senhor de vez.” E ele em resposta, ainda sorrindo disse: “Fique aqui comigo, tenho tanta saudade, nós não nos falamos há tanto tempo e hoje é um dia tão especial.” Ela, revirando os olhos dizia pausadamente: “Papai nos vimos ontem à noite e hoje é uma quarta-feira nublada como qualquer outra.” Ele, em tom baixo: “Mas eu sinto saudade e hoje eu vi o sol nascer, hoje é um dia tão especial.”

Ela ficou sem entender, mas resolveu deixar pra lá, afinal na loucura não há razão.

12:54 PM

Acontece

Mais um devaneio de Thaise de Melo |


Que foi? Ele me perguntou com cara de preocupado. To cansado. Respondi com cara de desanimado. De que? Ele com cara de interesse. De brincar de o lindo mundo feliz. To cansado de ver todo mundo fingir que tudo é belo e perfeito e que tudo ta bem. Parece até no jardim de infância “A casinha feliz”. Parece até um painel pintado, todo mundo sorrindo e contente. Mas por traz dessa merda de moldura mal feita e velha só tem madeira podre, poeira, estilhaços e alguns insetos mortos. Até parece que ta tudo certo. Só pra quem não conhece mesmo. Só pra quem num sabe ver. E eu fico lá que nem um idiota, participando daquela peça teatral macabra pra num desapontar ou desfalcar o resto do elenco. Só pra num faltar um sorriso qualquer na moldura. Hoje eu queria morrer. Não se espante meu amigo. Não se escandalize por nada e tão facilmente. Mas hoje é um daqueles dias que eu lamento minhas unhas muito ruídas não serem capazes de furar minhas veias do pescoço. E o fato de não ter em mãos uma faca afiada suficiente pra rasgar as dos braços. Esse cansaço que eu sinto já mata. Esse cansaço de quem não sabe o que quer e está cansado de procurar. Por mim eu mandava tudo pra... pra bem longe saca? Ficaria longe disso. Pra mim basta. Quer saber vou viajar! Pra onde... Ah pra onde eu não sei. Que tal Bariloche? Quem sabe um dia eu volte. Você acha longe? Hoje em dia com essa tal de globalização qualquer lugar é logo ali. É tudo uma coisa só. Um problema só. É tudo igual O mundo é que nega isso. Quer saber vou sair e beber. Eu aqui num vai mudar nada. Eu sei que lá fora também não, mas lá pelo menos eu ajudo. Ajudo sim cara, eu bebo, fico bêbado e esqueço, mas pra isso eu dou dinheiro pro dono do bar, que vai pagar ao cara que fornece que vai pagar um imposto qualquer. Olha que legal eu movimento dinheiro assim, isso deve ajudar em alguma coisa. Eu num sou lunático, só estou tentando imaginar um lado bom de encher a cara, porque todo mundo só pensa na morte. Viu beber tem um lado bom. Respondi com uma cara sarcástica. Vou com você então, pra ajudar o país e o mundo. Ele com um sorriso na cara.


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Hoje é sabado e eu acabei de voltar da escola (é... eu estudo sábado), sentei no computador e me lembrei do meu blog, me inspirei repentinamente e resolvi atualizar.
Esse conto é uma misturinha de drama com comédia, ou algo assim. Ontem foi sexta - dia de bar, hoje é sabado - dia de farrear.

Beijos e Paz.

11:13 PM

Crônica filha da insônia

Mais um devaneio de Thaise de Melo |


Tive mais uma noite de insônia e não tinha nada que me agradasse na TV – engraçadas essas TV’s por assinatura, quando mais se precisa delas elas não possuem nada pra te oferecer. Na verdade não sei se é a TV por assinatura ou eu, tenho andado inquieta e essa madrugada é só o resultado dessa inquietude. Não sei o motivo ao certo, talvez seja um conto que ando escrevendo, mas não consigo o final. Sobre isso me sinto como se tivesse parido pela metade, como se no meio de minhas pernas houvesse uma criança metade no mundo, metade dentro de mim. Ou talvez o motivo seja outro, talvez seja o término, sim, esse me agrega um bom motivo. Outro termino, outro fim, outra insatisfação minha e outra pessoa que odeia me amar. Quer saber, dane-se o motivo, só sei que já são quase cinco da manha e eu aqui como uma coruja escrevendo.
Dessa vez eu não bebi nada alcoólico, apenas peguei dois cigarros, uma caixa de fósforos e um copo de coca-cola, me sentei no degrau mais alto da escada e fui olhar o céu – confesso que me deixou mais entretida que a TV – e fiquei lá, pensando e conversando comigo mesma, por horas. Não tinha mais nada a fazer, afinal agora todos dormem. Eu até já pensei em tomar calmantes para ir fazer o mesmo, mas essa idéia em particular não me agrada. Não sei por que também, mas eu não gosto de calmantes, soníferos ou antidepressivos. Talvez seja porque eu gosto das minhas insônias, das minhas inquietudes e dos meus momentos de quase suicídio. Já tenho tanta coisa que me faz mal e eu não largo, porque largaria essas? Essas ao menos fazem a minha alma chorar, gritar, se rasgar, e isso me faz tão bem. Reparei uma coisa peculiar outro dia: eu sempre acordo bem quando choro antes de dormir, parece que acordo de alma lavada e espírito limpo.
Sobre lágrimas, bem já faz algum tempo, mas eu fiz um acordo comigo: não prenderei nunca mais uma lágrima, não importa o motivo, lugar ou companhia. Eu descobri que a lágrima presa dói mais que qualquer explicação a ser dada sobre a lágrima que escorre.
E fim, o sol está nascendo, e esse é um dos melhores programas que passa no céu.

6:21 PM

Com Caio Fernando

Mais um devaneio de Thaise de Melo |

“Escrever é enfiar um dedo na garganta”. Estou com essa frase de Caio Fernando Abreu na cabeça. Martelando sem parar. Vomitar. Por tudo pra fora, tudo que faz mal, que é bom, que serve, que não serve. Por pra fora á força tudo que deveria ficar dentro, tudo que deveria ficar escondido, encoberto, intocado. Trazer a tona o que nunca deveria ver a luz, tão pouco as páginas. Ficar em cólicas e ver tudo ir descarga a baixo. Deixar tudo ir mesmo que não se queira. Ver o que não se quer ver. Ninguém deveria fazer isso, é perigoso, dolorido e viciante. É necessário. Às vezes, só passa depois de que tudo vai. Que tudo sai. A náusea só deixa o corpo quando se expurga o que incomoda, o que machuca ou o que deu prazer.


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Olá pessoas,
Estou há um tempo sem aparecer, eu sei. Foi pela mais pura preguiça, admito, pois até tenho escrito algumas coisas... Mas agora estou aqui.
Como foi a passagem de ano? Espero que boa. Porque a minha foi!
Bem a passagem... O ano começou com coisas novas, tipo: Agora estou usando óculos para ficar no computar, para ler, ver tv e essas coisas e houve o fim de mais um amor... Mas essas coisas acontecem. E claro a maldita mudança ortográfica, mas isso já são outros quinhentos.
E vejam só que pessoa mais desnaturada, nem coloquei nada aqui no aniversário de 1 ano do blog. Sim o Confissões fez 1 ano no dia 08/01/2009. Uhuul! Mas de presente tá ae o novo layout.
E o texto bem, já escrevi há um tempo, a frase eu retirei do livro 'morangos mofados' de Caio Fernando Abreu, que por sinal é um escritor incrível, ele virou um vício.


É só.
Beijos e paz.