Confissões em um Divã

O verdadeiro esconderijo de meus devaneios

11:11 PM

Perto do mar

Mais um devaneio de Thaise de Melo |


No último final de semana eu viajei para Saquarema, para o chalé de uma amiga da minha mãe. Já fazia oito anos que eu não ia aquele lugar. O chalé fica distante da praia uns 20 metros. Eu já tinha me esquecido como era ficar tão perto do mar. Voltei daquele lugar com a cabeça pensando sobre eu e o mundo e sobre o mundo.

Domingo (meu aniversário, diga-se de passagem) durante a tarde resolvi sair para andar, acabei indo andar na areia da praia, e ás vezes chegava perto do mar para sentir a água nos pés. O dia estava com o céu das 4 da tarde limpo, mas com um vento gelado, a água do mar estava quente e a praia só não era vazia completamente por conta de uma ou outra pessoa que passava se exercitando, em resumo a praia estava perfeita, ao menos para mim, praia só é boa no inverno ou às 6 da manhã no verão. Pois bem, eu fique andando pela praia ouvindo algumas mpb’s no celular e pensando como era bom sentir a areia fina e fria nos pés, no primeiro momento que coloquei o pé naquela areia me veio de súbito uma emoção que meus olhos se encheram de água. Conforme eu andava alternava o olhar entre a areia, o céu, a estrada e o mar, e cada vez que eu olhava o mar me surpreendia como se fosse a primeira vez que via aquelas ondas, aquela espuma, aquele azul, aquela linha onde ele parece tocar o céu e se torna infinito. Então comecei a pensar sobre como aquelas horas estavam sendo perfeitas para mim, até mais perfeitas do que se estivesse calor, a praia cheia de um monte de gente falando e bebendo, àquelas horas estavam sendo perfeitas porque eram apenas eu e a natureza, lembrei o quanto a natureza me faz bem, e o quanto eu preciso estar perto dela, lembrei que quando eu tinha uns 8 ou 9 anos eu pedia licença ao mar para entrar nele, como se o mar fosse vivo, como em sinal de respeito a tudo aquilo que era tão superior a mim. E lembrei, então, que era o meu aniversário, que eu estava crescendo, e fiquei com medo de crescer e esquecer essa necessidade, como eu quase tinha feito, de esquecer que eu fico triste quando passo muito tempo longe da natureza pura, de esquecer a importância e a simplicidade e a perfeição de tudo aquilo, de crescer e me atolar com todas as minhas responsabilidades e desejos e nunca mais largar tudo em casa para ir andar descalço na areia da praia em uma tarde de inverno. Senti meu coração ficar pequenininho de medo, mas então uma onda do mar, um pouco maior do que as outras, molhou meus pés e eu olhei para o mar e foi como se ele dissesse “eu sempre vou estar aqui” e então eu percebi que só iria depender de mim.

12:57 AM

Último cigarro

Mais um devaneio de Thaise de Melo |


Quando foi

Deixou como lembrança

O último cigarro.

Tolo.

Acabei de apagar tua última recordação.


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Revirando papéis antigos (nem tanto quanto a palavra sugere), achei esse poema.
Eu gosto bastante desses poemas mais curtinhos, e como quase nunca escrevo um, resolvi postar essa proesa.

Beijos a você!

11:10 PM

Relatos de uma Blogueira

Mais um devaneio de Thaise de Melo |

Bem, meu nome é Thaise e eu escrevo desde de... Não lembro. Eu comecei devagar, porque uns amigos mais velhos faziam, no início era uma forma de colocar pra fora tudo o que eu não tinha coragem de dizer, em seguida comecei a usar mais vezes, passou a ser uma forma de ordenar os pensamentos e me acalmar, depois não teve mais jeito, era sempre, durante as aulas, nos dias de tédio, no meio de minhas insônias, comecei a imaginar e devanear e não ficava quieta até colocar tudo no papel. E quando dei por mim, já estava viciada. Quando eu comecei, me lembro, que eu pensava que não ia dar em nada, que ia ficar só por ali mesmo, só naqueles momentos de raiva, até porque eu nem sabia que era capaz de ir além. Mas isso não é tudo, foi ficando pior. O meu fichário passou a ter uma divisão só para os meus textos, e quando eu fique cansada de gastar tanto papel criei um arquivo do Word só para eles. Mas eu queria mais, não consegui me satisfazer em escrever só para mim ou para alguns amigos, eu precisa de mais, foi então que cheguei ao extremo de todo escritor amador (ou não) e comecei a participar da comunidade dos blogueiros. É uma comunidade onde várias pessoas que escrevem (bem ou não), compartilham textos, contos, notícias e algumas bobagens em geral. Esse foi o fim, meus companheiros. Quando dei por mim, já estava dizendo coisas como: “Eu amo meu blog”.Ou “Preciso muito atualizar meu blog, ele ta abandonado”.Ou até mesmo “Aii meu blog ta tão bonito”. Fiquei desesperada quando percebi a que ponto eu tinha chegado e resolvi me afastar desse vício, que já estava me impedindo de prestar atenção nas aulas chatas. Mas existiam alguns “amigos” que não queriam que eu abandonasse esse vício, afinal eles gostavam de ter contos para ler às vezes e de trocar estórias comigo, então esses “amigos” diziam: “Nossa você escreve tão bem” ou “Poxa Thaise escreve um livro algum dia” e coisas do tipo. Eu posso dizer meus queridos, é duro esse vício, e como qualquer outro vício você nunca fica nele, ele sempre te leva a outros, no meu caso passei a ler mais e mais, me transformei em uma devoradora de livros, daquelas que pega uns cinco livros emprestados de uma vez para sempre ter um para ler quando acabar o que está lendo. Hoje eu vejo como é difícil deixar essa vida para trás, por isso cheguei até aqui, por isso resolvi pedir ajuda, e hoje eu admito, sou uma VICIADA EM PALAVRAS.


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Só pra deixar claro, eu amo ser uma viciada em palavras.

7:27 PM

Dr. Lovisgud Ornot

Mais um devaneio de Thaise de Melo |

Bem, como a inspiração está a fugir de mim da mesma maneira que o diabo foge da cruz, e como preciso atualizar esse blog antes que achem que ele foi abandonado de vez, resolvi colocar pra vocês uma sequência de figuras, que na verdade é um texto do Dr. Lovisgud Ornot.
Eu me simpatizei bastante com esse homenzinho. Veja porque: