No meio da noite ela sai gatuna de casa, pega o cachorro pela guia e vai pela rua vazia. O vento era tão frio que o casaco de lã não parecia surtir efeito. E sua única certeza era que a qualquer momento seria descoberta. Ele estava parado duas esquinas depois da casa dela, encostado no muro, e com tanta adrenalina no corpo que nem sentia o vento. E sua única certeza era que ela não viria. E os dois temiam os olhos invisíveis que toda rua possui. Então os dois se avistaram, sorriram e disseram o mínimo possível...
- Eu tinha certeza que você não viria.
- Eu também.
Os três: ele, ela e o cachorro foram andando lado a lado até a casa dele. Chegaram ao portão, entraram e prenderam o animal em um poste no corredor que tinha cerca de um metro de largura.
- Por que o cachorro?
- É que ele faz barulho quando eu saio.
- Eu fiquei pensado o que você ia fazer pra conseguir sair. Você é louca.
- E você adora isso.
Então, veio um sorriso safado, o toque e o beijo. E o toque e o beijo se misturaram ao tesão e tudo como se fosse uma coisa só em meio aos dentes, bocas, risos, suspiros, braços, mãos, pernas, corpos se transformou em sexo, em um homem e uma mulher, em meio a duas paredes de concreto, embaixo de um céu escuro e cobertos por um vento frio que nenhum dos dois era capaz de sentir, porque havia o outro e isso era tudo que eles eram capazes de sentir. Sem juras eternas, nem amores inexistentes, apenas sentir um ao outro. E o gozo chegou – dela e dele – e o houve um abraço final, um beijo delicado e um carinho romântico. Os dois em meio a risos abafados, para que os ouvidos invisíveis não os escutassem, se recompuseram, desamarraram o cachorro e foram em direção a casa dela.
- É loucura! A gente não deveria.
- Sim é loucura, quer parar?
- Não.
Chegando ao portão da casa dela, se despediram como velhos amigos. Ela entrou silenciosamente, soltou o cachorro e correu para o seu quarto, se jogou em sua cama e ficou rindo daquela noite. Ele ficou vagando pela rua, pensando na loucura que estava fazendo e o quando adorava aquilo.
E, agora, a única certeza dos dois: o erro.
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E o "Confissões em um Divã" fez mais um ano.
São 2 anos das minhas confissões jogas aos mares da internet.
E eu, como da última vez, esqueci do aniversário deste local...
Foi no dia 08 de Janeiro.
Eu e minha memória de peixinho dourado.
Mas deixa estar.
Minha unica certeza no momento é que quero continuar com esse blog por mais uns anos.
Beijos Pessoas.
Fiquem em paz.
8 Análises:
Interessante...
mas porque curioso eu, fico pensando até por exemplo próprio... cado conto, em cada conto de qualquer blog, é a verdade disfarçada de algo que aconteceu, e não poderiamos contar a ninguém... Por isso eu, qualquer outro... e você escreveu!
=)
trazemos um pouco de fantasia, mas é de verdade...
Bonita história.
Dizem que tudo que é proibido é mais gostoso rs
vc deveria perceber que tem que escrever mais... rs
Bjs
minha singela EMENTA a esse texto,como diz a rita lee "meu bem vc me dah água na boca" & " a gente faz amor por telepatia" cheguei até me emocionar com esses textos Jesus rsrsr um conto desses extremamente inspirado e PERSUASIVO pela autora.
um conto altamente criativo com uma pitada de EROTISMOS, ABSTRATOS? Talvez, pois o enriquecimento literário na sua forma de escrever expressa INERENTEMENTE o mérito da autora a qual a mesma consegue ENVOLVER os LEITORES numa VIAGEM IMAGINÁRIA bastante agradável. particularmente viajei nesse texto e não é qualquer escritor ou escritora que consegue essa tal FAÇANHA comigo. Parabéns
bjs Raphael Rm2
Caramba Thaise ! Tempos que não passo por aqui hein? Esse layout ficou legal. E nossa, seus textos estão mto bons. A Simplicidade do texto e a excitação. Foi isso que senti ao ler esse texto. Continue escrevendo.. Não paree!
Bjo.
dá até uma vontaaaaade de se aventurar...
THAISE EU QUERO GOZAR
O erro. Normalmente a nossa certeza. Sei que vou cometer um - e dos graves - essa semana.
Ahhh !!! A saudade me aflige de uma maneira tão dolorosa que chega a ser gostosa. O gosto da cerveja ainda sinto na boca, lembrando de uma grande amiga, linda, meio lucida e muito louca. O cigarro queima devagar, como se buscasse algum pedaço do passado dissolvido no ar. Lembro-me das conversas estoanteamentes que não tinha assunto, mas que eram de uma importância infinita, mesmo que eu não as entenda ainda.
Saudades, minha nobre.... Calisto E. Abnara'. Ah" Se não sabes quem sou, fica a dica.. " Se malandro soubesse como é bom ser malandro, seria malandro só de malandragem "
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